Em 2010, o 9° Encontro Internacional de Arte e Tecnologia (#9ART): sistemas complexos artificiais, naturais e mistos mostrou como os sistemas computacionais são, em alguns casos, análogos às comunidades ecológicas naturais, uma vez que são complexos, sinergéticos, abertos, adaptativos e dinâmicos. Incluem componentes computacionais interagindo entre si e com o meio computacional. Como ecossistemas computacionais suas espécies surgem e crescem em constante evolução, buscando equilíbrio interno entre seus elementos e suas interações. As espécies computacionais formam comunidades espontâneas e interagem com o meio ambiente. Uma espécie computacional como, por exemplo, os aparelhos celulares, no contexto da arte computacional, consistem de um hardware (como o corpo de uma espécie biológica) acoplado ao seu software associado (simular a vida de uma espécie biológica). No ambiente computacional, assim como no biológico, as espécies computacionais vivem e se reproduzem.
O encontro destacou que as interações entre espécies computacionais, intra-espécies computacionais e natureza são significativas no contexto artístico. A metáfora biológica é recorrente nos sistemas complexos computacionais artísticos. Assim como o encontro, a exposição intitulada Arte Computacional, mostrou o resultado de pesquisas desenvolvidas por renomados artistas da área.
A criação artística encontra o seu espaço de produção nos campos das tecnologias atuais, arte como tecnologia, como dizia Julio Plaza. Inscreve-se num meio eco-social, politizado e culturalmente desafiador, em terrenos movediços, como a própria arte da atualidade mundializada. Dentro desse contexto, o encontro analisou, ainda, conceitos como território e cultura, materialidade e imaterialidade e confrontá-los com as novas noções oriundas dos meios computacionais, como a noção de trabalho colaborativo, compartilhado em co-autoria, de interator/usuário, de sistema, de virtualidade, de artificialidade, de simulação, de interface, de hipertextualidade, de ubiqüidade, de pervasão, e de interatividade, a fim de articular e atualizar os discursos sobre as áreas de atuação de pesquisas e produções artísticas.
O encontro aconteceu no auditório da Universidade de Brasília de 6 a 9 de novembro de 2010. Entre os dias 10 e 13 de novembro ocorreu as apresentações de 7 (sete) mesas redondas e 5 (cinco) palestras, com convidados especiais como Derrick de Kerckhove, François Soulages, Benoit Espinola, Iain Mott e a nossa especial convidada Lúcia Santaella, no auditório do Museu Nacional da República. Todos convidados são conhecidos pensadores e artistas de renome nacional e internacional que representam a área de arte e tecnologia nos seus estados e no contexto internacional.