O #.ART tem buscado, através da história, distinguir trabalhos artísticos, que utilizam a tecnologia digital como uma ferramenta para produzir formas tradicionais, de obras de arte, de outros tipos de produção, que surgiram a partir da colaboração entre arte, ciência e tecnologia e criam sistemas inéditos indissociáveis de um pensamento que conceitualiza o conhecimento sensível do homo aestheticus. Questões foram discutidas como as levantadas pelo filósofo Luc Ferry, para o qual a arte é, profundamente, uma ocorrência social e política, não no sentido em que mobiliza temas ou interesses sociais e políticos, mas porque mostra que as mutações históricas ou conceituais relativas ao que seja arte são, por excelência, o lugar onde a imagem social e política de uma sociedade é legível na sua maior depuração. Para o autor, noção de gosto, antes de referir-se ao universo artístico, designou um contorno particular da sociabilidade. O evento homenageou o principal historiador de arte brasileiro a incentivar a relação da arte e tecnociência paulistano Walter Zanini e continuou explorando temas específicos ao campo da arte computacional como a interatividade na arte, a vida artificial e inteligência, ativismo político e social, redes sociais e presença a distância, museu virtual, bem como questões como a coleta, apresentação e preservação da arte digital, entre outros, pois verifica-se que com o acesso às redes livres aos softwares, hardwares, Internet e dispositivos móveis, como PDAs (Personal Digital Assistants) e celulares, está surgindo uma nova onda criativa como uma nova arte popular.
O #.ART em suas edições questiona o estado do artista hoje e os processos de criação, assim como, analisa conceitos como de Singularidade Tecnológica ou simplesmente Singularidade, cunhado por Ray Kurzweil (2013), que corresponde ao momento hipotético quando a inteligência artificial atingirá o mesmo grau de inteligência humana, mudando talvez a própria natureza humana, que se tornará cada vez mais não-biológica. É o alvorecer de uma nova civilização que nos permitirá transcender nossas limitações biológicas e amplificar a nossa criatividade. Nesse sentido, pode-se dizer que as tecnologias digitais estão homeopaticamente contaminando camadas do sistema da arte, que deixa de ter o monopólio do meio. O encontro pretende verificar como a natureza da arte tecnológica em si faz com que os limites de controle fiquem mais poroso e permitam rever sistemas tradicionais de controle. Tudo isso está permitindo que a arte expandida, desafie, e até mesmo noções redefina.